De maneiras diversas, ele se apresenta cada dia.
Invariavelmente se depara com algo não novo na sua vida, mas mesmo
assim persiste em se espantar com a forma com que reage a tal.
De onde partirá a plenitude das suas reações? Haveria algo além do
que ele presume ser aceitável para uma corrente racional tão evoluida?
As vezes ele não consegue aceitar as coisas da maneira que
acontecem, pois percebe que não possui o total controle do que se passa. Acaba
por ser cruel para ele, vez que nem sempre ser esclarecido e racional ajudará
nas circunstâncias passadas.
Percebera que as coisas vão além da sua magnificência. E o pior,
constata que nesse momento se equipara a um sujeito qualquer, o que para ele é
inaceitável.
A crítica a sua pessoa é clamorosa. É massacrante para ele ser
ordinário.
Não há como conceber a ideia de se equiparar àquele sujeito sem
qualquer escrúpulo e que mal tem noção sobre a sua “existência”.
Pior ainda! Percebe que ao redor, quase todos são medíocres.
Observa também que um boçal qualquer atinge a admiração de uma
grande parte de pessoas por atos irrisórios, e que para a alegria geral e por
"cretinice" dos outros, acaba por ser coroado por suas imundices disseminadas nos
cérebros desprovidos de um mínimo de condição de discernir sobre o que se passa.
É degradante para ele a constatação da atualidade, do mundo em que
vive, das pessoas que o rodeiam, dos atos que constata, dos resultados que são
atingidos, das formas que são empregadas.
Muito claro fica a posição dele no mundo, a de quase nenhum
destaque.
Ele raciocina e tenta entender o porque de tudo se desvencilhar
para um lado não muito aceitável por ele. Claro fica, então, que ele nao
pertence àquilo, àqueles, a todos.
Ele pertence a um mundo único, que nao comporta os demais.
Um mundo momentaneamente unipessoal, que outrora fora infestado
por indivíduos criteriosamente escolhidos.
O critério já não mais existe, nem para ele, nem para as pessoas
iludidas pelos boçais.