quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Eu sou...
consequência de você, de quem eu odeio e de quem admiro, por mais que não o admirem.
Conheco lugares e pessoas que, agora, também são um pouco de mim, ou até mesmo muito, sem que eu tenha a mínima noção.
Por um mero acaso descubro este fato.
Por andar por ai e descobrir, numa mera eventualidade, que eu me encontro em outros lugares.
As vezes o EU que encontro já nao é mais o EU atual.
E muitas vezes o EU que encontrarei será o EU que ainda nao sou.
E eu encontrarei isso em quem ainda nao conheço.
Eu me travo na constante batalha de encontrar o que sou no que o mundo me mostra.
O mundo de vários Eu's e Você's.
Você's que na grande maioria das vezes não tem noção de que são pedaços de quem, um dia, nao era mais do que um princípio de criatura sem qualquer fragmento racional.
Sim, você foi inicialmente construido, nao era só o seu EU. O Eu sempre começa a sua construção por vários você's.
O EU tem perspectiva de se libertar futuramente, sair da casca dos você's, mas são raros os que não trazem qualquer fragmento alheio.
Não é uma crítica, somos inerentes aos fragmentos que trazemos, mas cabe ao EU, a medida que sua lógica vai se tornando evidente, distribir o você's, investindo-o ou até mesmo eliminando-o.
Não observo isto na grande massa, mesmo porque nem todos podem se conscientizar a respeito, não sao tantos que alcançam tal condição.
O motivo? Desconheço.

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